18/03/2020
A segurança financeira é uma ferramenta essencial para quem deseja planejar o futuro e se proteger contra imprevistos. Por meio dela, você forma uma reserva financeira e tem o dinheiro necessário para pagar suas necessidades atuais e futuras.
Essa quantia faz parte do planejamento financeiro familiar. Afinal, quando você tem dinheiro guardado, evita o acúmulo de dívidas e foca na sua prosperidade. Ao mesmo tempo, realiza seus sonhos e programa seu futuro, que se torna mais tranquilo.
Achou interessante? Continue lendo este post e veja como conquistar a segurança nas suas finanças e quais são as vantagens dessa prática.

Quais os benefícios da segurança financeira para sua vida?
A segurança nas suas finanças consiste em ter liberdade e equilíbrio no seu orçamento. A proposta é pagar os gastos mensais, evitar o endividamento e ter dinheiro para alcançar seus objetivos. Ao alcançar esse patamar, você tem a oportunidade de:
- investir;
- fazer viagens sem sobrecarregar o orçamento;
- antecipar sua aposentadoria;
- viver de renda, se assim desejar;
- arcar com imprevistos, como o desemprego ou o tratamento de uma doença;
- estar preparado para oportunidades, como negócios ou a promoção de algo que você precisava.
O propósito é, portanto, atingir um ponto de fluxo de caixa que permita viver bem, sem se preocupar de maneira excessiva com o pagamento de contas e despesas, além de aproveitar as oportunidades que surgem no dia a dia. Por isso, a segurança financeira é dividida em três tipos:
- básico: é relativa à cobertura de despesas essenciais, como moradia, alimentação, transporte, educação, saúde e lazer;
- contra eventualidades: representa ter condições financeiras de arcar com despesas imprevistas, como o conserto do carro, uma viagem inesperada ou uma reforma urgente na residência;
- futuro: garante a permanência do mesmo padrão de vida no futuro.
Qualquer que seja o nível de segurança a ser buscado, você precisa utilizar de educação financeira. No começo, o processo pode ser difícil, mas com disciplina, você alcança a estabilidade tão desejada.
A partir disso, as situações que acontecem no dia a dia são mais fáceis de serem contornadas e você conquista seus objetivos com mais facilidade.
Capacidade de lidar com imprevistos de forma mais tranquila
Os imprevistos fazem parte da vida e é preciso ter preparação para enfrentar esses momentos. Sem esse cuidado, é normal desequilibrar o orçamento e se endividar com empréstimos e outros gastos incontroláveis. Por sua vez, ao focar a segurança das finanças, você tem uma reserva financeira e segue o ditado que diz que “é melhor prevenir do que remediar”.
Aqui, também é importante considerar as oportunidades imprevisíveis, como uma viagem, uma mudança de cidade ou país, a chegada de um filho etc. Sem a reserva, aproveitar essas situações positivas é mais difícil. Com o orçamento controlado, você tem mais segurança.
Possibilidade de planejar o futuro
O futuro deve ser programado a partir de agora. Essa é a prerrogativa do planejamento financeiro e o meio pelo qual você conquista os seus objetivos. Aqui, é possível acumular patrimônio ou manter um nível de vida confortável — quem decide é você. O importante é ter essa liberdade de fazer o que deseja.
Redução de riscos
A segurança no orçamento é um dos instrumentos da gestão de riscos familiar. Com esse dinheiro guardado, você se prepara para a terceira idade e deixa de depender apenas da Previdência Social.
Da mesma forma, as situações cotidianas são ultrapassadas sem impactos significativos na sua renda. É o caso de seu carro quebrar, algum familiar ficar doente ou você precisar fazer uma reforma emergencial em casa.
Diminuição da possibilidade de endividamento
As dívidas são um mau negócio. Muitas vezes, implicam o pagamento de juros, além de outros encargos. Por isso, é como se você rasgasse notas de dinheiro — é melhor fazer o contrário.
O pagamento dos valores à vista permite negociar descontos e fazer a aquisição caber dentro do orçamento. Em situações imprevistas, o dinheiro extra é gasto sem impactar as finanças pessoais.
Como conquistar a segurança financeira?
Compreender as vantagens de manter a segurança das suas finanças é apenas o primeiro passo. É preciso conhecer as boas práticas para aplicá-las na sua rotina e sentir os efeitos positivos.
Portanto, é fundamental entender que não existe receita milagrosa para alcançar a segurança financeira. O que deu certo para uma pessoa pode não trazer o mesmo resultado para outra. Por isso, é necessário ir adaptando à sua realidade.
Ainda assim, você deve começar com a segurança básica para, com o tempo, passar para o tipo contra eventualidades e, então, a futura. Tenha em mente o objetivo maior, mas dívida em etapas menores para atingir seu propósito. Então, o que fazer para chegar lá? Confira as dicas que listamos abaixo.
Conheça as suas despesas
Mapear suas despesas é fundamental para alcançar a segurança financeira. Veja quais são todos os gastos, inclusive, os menores. Considere todos os valores fixos — como aluguel, internet e condomínio —, que precisam ser pagos todos os meses, e os variáveis, por exemplo, alimentação, lazer etc.
Separe cada despesa em categorias, a fim de ver quais são, o total despendido todos os meses e quais são supérfluas ou passíveis de redução. Aqui, vale a pena tentar negociar com as empresas.
A TV a cabo e a internet, por exemplo, podem ter o plano diminuído. Por sua vez, os jantares em restaurantes podem ser substituídos por encontros com amigos em casa. Mudar esses comportamentos, por menores que sejam, ajuda a sobrar dinheiro para começar a investir.
Junto a isso, aproveite para identificar todas as suas receitas. Inclua o salário fixo recebido e também valores variáveis, derivados de um trabalho extra, o recebimento de alguma herança etc. Liste essas quantias e compare com as despesas.
Se o montante fixo recebido todos os meses for insuficiente para quitar as despesas, você tem duas opções: correr atrás do prejuízo e complementar a renda ou reduzir os gastos mensais. O ideal é trabalhar as duas estratégias em conjunto, pelo menos, por um tempo.
Ajuste o que for necessário e corte gastos irrelevantes. Aqui, é preciso fazer um processo de análise individual — afinal, o que é supérfluo para você pode não ser para outra pessoa e vice-versa.
Caso você tenha dívidas, aproveite para destinar, pelo menos, 10% do seu orçamento para o seu pagamento. Se for possível aumentar a porcentagem, melhor, assim, o débito é quitado com mais rapidez.
Além disso, mantenha o controle das despesas ao longo do mês. Para isso, pode usar uma planilha feita por você, uma já pronta da internet ou um aplicativo financeiro.
Faça um planejamento financeiro
Fazer um planejamento financeiro ajuda muito a manter a sua segurança no orçamento. A proposta é considerar os resultados verificados na identificação de receitas e despesas para definir quais serão os próximos passos.
O propósito do planejamento financeiro é saber onde você está e definir aonde deseja chegar. Para isso, é preciso passar por algumas etapas. Veja quais são as principais.
– Entenda o funcionamento de suas finanças
Veja qual é sua forma de organizar o dinheiro. Se tem tendência a compras impulsivas e a ficar no vermelho, precisa ter um cuidado maior. Caso tenha dívidas, deve considerar outras estratégias.
De toda forma, é importante manter a disciplina e aprender a poupar. Para isso, conte com a ajuda de toda a família. Evite assumir o controle, porque os bons resultados dependem da colaboração dos participantes.
– Use estratégias para poupar
Existem diferentes medidas a serem tomadas para separar seu orçamento e começar a guardar dinheiro. Uma delas é o sistema do envelope. Ele consiste em dividir seu orçamento para gastar menos do que ganha, ter uma reserva para segurança financeira e destinar parte do orçamento para um investimento mensal.
Nesse caso, você pode ter até 10 envelopes, cada um com um destino diferente para o dinheiro. Por exemplo: moradia, alimentação, saúde, supermercado, pagamento de dívidas, lazer, investimento, reserva emergencial, carro e estudos — as categorias vão mudar conforme a sua realidade.
– No entanto, o importante é verificar sua situação real. Por isso, vale a pena anotar os gastos em uma planilha ou aplicativo financeiro. A diferença é que, no sistema do envelope, você vai destinar parte do orçamento para cada ordem de gastos a partir do segundo mês — e deve tentar viver com essa quantia.
Destine, de forma antecipada, o valor para emergências e investimentos. No resto do mês, lembre-se da disciplina e resista às tentações. Somente use a reserva se houver algum imprevisto, como um conserto de última hora na geladeira, caso contrário, deixe o dinheiro guardado.
– Trace objetivos financeiros
Entender o que você pretende conquistar no futuro é a maneira mais eficiente de manter a disciplina. Sempre que quiser gastar com algo inesperado, você tem uma chance maior de focar o longo prazo e evitar a compra por impulso.
Nesse momento, a primeira coisa a fazer é manter os pés no chão. Seja realista para evitar o desânimo. Por exemplo, se você ganha R$1 mil e quer economizar R$100 mil, já sabe de antemão que será impossível em um ano.
Como ser equilibrado? Vale a pena dividir seus objetivos em metas menores. Para isso, primeiro defina suas prioridades. Liste o que é mais importante para você, de acordo com o momento que vive. Por exemplo, pagar dívidas atrasadas, comprar um apartamento ou um carro, preparar-se para a aposentadoria etc.
Em seguida, veja quais são os propósitos alcançáveis. Se você ganha R$3 mil por mês e tem despesas de R$2 mil, é inviável guardar R$1,5 mil todo mês para atingir um objetivo, certo? Comece por uma quantia menor e, se perceber que pode aumentar o montante mensal, faça isso.
Na hora de definir seus objetivos, utilize a técnica das metas SMART. O método prevê que as características essenciais são:
- específicas, por exemplo, “vou economizar 10% minha da renda todos os meses”;
- mensuráveis, ou seja, “quero poupar R$10 mil no prazo de 12 meses”. Assim, você sabe que precisa guardar R$833,33 todo mês. Se ficar abaixo desse valor, sabe que precisa rever sua meta;
- alcançáveis, em outras palavras, as metas precisam ser desafiadoras, mas nunca impossíveis;
- relevantes, isso é, os propósitos devem ser importantes para sua vida para fazerem sentido e ajudarem a manter a disciplina;
- temporais, a fim de ser determinado o prazo de alcance.
Para definir as metas de acordo com essa técnica, vale a pena responder algumas perguntas básicas. As principais são as seguintes.
- Qual sua renda familiar e quanto quer economizar por mês?
- Quais hábitos de consumo trazem satisfação e o que você considera um desperdício?
- Quanto você precisa poupar para alcançar seu objetivo?
- Qual renda mensal pretende ter ao se aposentar?
- Se você tiver que escolher entre um carro e se aposentar um ano antes, qual é sua preferência?
A partir disso, separe suas metas em curto, médio e longo prazo. As primeiras são aquelas consideradas no prazo de um ano. São objetivos mais urgentes, como o pagamento de uma dívida ou uma viagem.
Forme sua reserva financeira
Ter uma boa reserva para imprevistos é prerrogativa básica da sua segurança financeira. Ele serve como suporte em situações inesperadas e evita o endividamento. Por isso, nunca deve ser utilizado para eventos rotineiros.
Para saber quanto deve reunir a título de reserva de emergência, primeiro anote todas as suas despesas e veja quais são seus gastos mensais. Ao ter esse valor, defina a quantia a ser economizada a partir dos seguintes critérios:
- o valor da reserva deve ser suficiente para cobrir de 2 a 12 meses, pelo menos, das despesas fixas. vai depender do quanto você acredita ser necessário para se sentir seguro.
- as metas devem ser consideradas, de acordo com sua realidade;
- o uso deve ser apenas para casos realmente necessários. Evite utilizar para cobrir despesas rotineiras.
Invista seu dinheiro
Chegou até aqui? Então, você já economiza e controla seu orçamento. Agora é só começar a investir. Essa é uma etapa crucial para a usa segurança financeira, porque é a partir das aplicações que você receberá juros futuros.
O segredo dos investimentos é justamente isso: quanto mais você tem, maior fica o montante e mais retorno recebe. Com os aportes mensais, essa relação se intensifica. Por isso, vale a pena fazer um esforço para reduzir as despesas e até conseguir uma renda extra e aumentar o valor aplicado.
Nesse momento, você precisa seguir algumas dicas. A primeira delas é se basear nas suas metas. Em seguida, estude sobre o mercado financeiro. Há bons materiais gratuitos — como este! — na internet em sites confiáveis. Assim, você toma decisões conscientes.
Mais que isso, é importante manter o foco. Geralmente, os investimentos oferecem uma rentabilidade maior no longo prazo. Por isso, é necessário deixar o dinheiro aplicado até o vencimento. Junto a essas recomendações, existem outros quesitos e estratégias a serem observados. Quer saber quais são eles? Confira, a seguir.
trabalhe os risos
Correr riscos faz parte, mas eles sempre podem ser evitados e amenizados. Para proteger seus investimentos, você deve investir em conhecimento e diversificação. Aqui, também entra a educação financeira, que passa pela conscientização antes de gastar.
Dentro desse contexto, existem diferentes tipos de risco. Os principais são:
- de mercado: representa as oscilações do mercado, que podem levar a altas ou quedas do preço;
- de liquidez: refere-se à dificuldade de transformar o título em dinheiro, ou seja, vender/resgatar seu investimento. É o que acontece, por exemplo, com os imóveis, que podem demorar para vender;
- de crédito: consiste na possibilidade de a instituição deixar de pagar o valor combinado no vencimento.
É importante conhecer os riscos para poder gerenciá-los. Isso também ajuda a tomar decisões mais acertadas, escolher os melhores ativos financeiros e alcançar seus objetivos a partir de uma boa organização dos recursos.
Nesse momento, entra a diversificação. A ideia é empregar o capital em diferentes modalidades de investimento para que, se um deles tiver uma performance abaixo do esperado, outro compense o rendimento. Desse modo, sua carteira de investimentos é formada de maneira estável e está menos sujeita às oscilações.
Uma forma de lidar com os riscos e evitar problemas é contar com a ajuda de profissionais certificados e com experiência para ajudar nas suas decisões. Eles mostram o que faz mais sentido para a sua situação particular, mas ainda deixam que você determine o caminho a seguir.
Conheça seu perfil de investidor
Escolher os investimentos certos para você depende do seu perfil de investidor. Esse quesito está relacionado de maneira direta à sua tolerância a riscos. Nesse momento, veja se você:
- quer evitar a todo custo qualquer tipo de perda para manter sua segurança financeira;
- consegue lidar com perdas financeiras, desde que sejam moderadas;
- mantém a tranquilidade com prejuízos, ainda que significativos, quando a promessa é de ganho no longo prazo.
Considere ainda sua situação financeira. Em alguns casos, é inviável correr riscos. Por isso, pense se você:
- tem só o dinheiro para imprevistos disponíveis para investir;
- tem um dinheiro para emergências e outro para aplicar;
- tem outros recursos para manter sua segurança diante de qualquer eventualidade.
O próximo passo é analisar seu objetivo. Portanto, avalie se você:
- sofrerá um grande impacto, caso seu objetivo atrase ou seja alterado;
- tem flexibilidade para alcançar a meta ou esperar mais, sem enfrentar grandes consequências;
- tem muito tempo para alcançar seu propósito.
Por último, considere seu conhecimento sobre o mercado. Entender seu funcionamento e os possíveis riscos implicados é essencial. Por isso, reflita se você:
- começou a compreender o assunto, ainda tem dificuldades e desconhece os índices;
- tem um pouco de conhecimento, acompanha algumas notícias e emprega esforços para aprender mais;
- entende vários índices, está antenado com as informações e sabe analisar o mercado.
A partir das suas respostas, você conhece melhor o seu perfil. É importante entender que, a depender do resultado, serão indicados determinados produtos e em percentuais diferentes.
Por exemplo, se você tem menor tolerância a riscos, tende a receber mais recomendações da renda fixa. Por outro lado, se privilegia o rendimento acima de tudo, a indicação pode ser a renda variável.
Perceba que não existe uma fórmula pronta, muito menos um resultado único. Por isso, é importante verificar a sua situação específica para, então, definir quais opções de investimentos são as melhores. Algumas opções são:
- poupança;
- Tesouro Direto, ou seja, os títulos públicos;
- Certificado de Depósito Bancário (CDB), isso é, os títulos privados;
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e imobiliário (LCI);
- Letras de Câmbio;
- fundos multimercado;
- fundos de investimento em ações;
- debêntures;
- ações;
- commodities;
- moedas;
- índices.
Tenha em mente que tanto o conservador pode aplicar em renda variável quanto o arrojado em renda fixa. O que vai variar, como informamos, é o percentual de aplicação em cada uma dessas categorias.
Além disso, seu perfil pode mudar com o tempo. É possível que, ao conhecer mais sobre o mercado, você queira aumentar seu potencial de remuneração. Mas também pode ler sobre o assunto e achar que as aplicações conservadoras são as melhores. Tudo depende de você.
O mais importante neste post é entender que você pode, sim, manter sua segurança financeira, ter dinheiro para investir e conquistar seus objetivos. O foco é manter a disciplina e estar em constante melhoria de conhecimento. Dessa forma, você será capaz de lidar melhor com os imprevistos e fazer planos de maneira mais tranquila.
Fonte: Como Investir? | ANBIMA