Essa elevação tem dois impactos importantes na vida financeira das pessoas: por um lado, o movimento tem o objetivo de conter a inflação, ao subir o custo do crédito e diminuir o consumo; por outro, ela faz com que o rendimento de aplicações financeiras de renda fixa, especialmente as atreladas diretamente à Selic ou ao CDI (que acompanha de perto a Selic), aumentem.

É o caso dos títulos do Tesouro Direto atrelados à taxa básica de juros (chamados de Tesouro Selic) e dos CDBs, por exemplo.

A alta afeta também, com menos intensidade, a caderneta de poupança, que deixa de ter a rentabilidade aumentada linearmente depois que a Selic está acima de 8,5%. Abaixo desse nível, o rendimento da poupança fica em 70% de quanto for a taxa básica de juros.

Quando a Selic supera os 8,5% (pode ser 8,51% ou 20%), o retorno da poupança fica limitado a 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da TR – regra conhecida como a da “poupança velha”. Contudo, é bom saber que, com a Selic acima de dois dígitos, a TR deixou de ter retorno zero, e deve agregar alguma rentabilidade à poupança.

Mas quanto vai render?

Com a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, ao aplicar R$ 1 mil em Tesouro Selic ou CDB que paga 100% do CDI) durante um ano, após a incidência de Imposto de Renda de 17,5% para esse prazo, o resgate seria de R$ 1.113,03 (considerando a expectativa de mercado para os juros futuros no período até ontem, de 13,70% ao ano).

Já na poupança no mesmo período, o investidor terá R$ 1.082,91 (considerando a TR estimada no período, de 0,70% ao ano ). Dá uma diferença de R$ 30 por ano a menos de retorno a cada R$ 1 mil investidos, portanto. Pode parecer pouco, mas quanto maior o valor, maior a diferença.