30/11/2020

Roberto Campos Neto mostrou preocupação, no entanto, sobre as perspectivas para o emprego no Brasil e em todo mundo

A recuperação da economia brasileira é “bastante forte”, afirmou nesta quarta-feira o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ele participou do evento virtual ‘IV Painel Cooperativismo Financeiro’, organizado pelo Sicoob Engecred.

Campos lembrou que a indústria brasileira foi uma das que menos caíram durante a crise, apresentando agora um índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) entre os “mais altos do mundo”.

O presidente do BC mostrou preocupação, entretanto, a respeito das perspectivas para o emprego no Brasil e em todo mundo, afirmando que a retomada dos serviços, por exemplo, “vai ser desigual”.

Ainda assim, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem passado “muito líquido e muito capitalizado” pela crise. Ele lembrou que o volume de crédito “subiu muito em 2020 e as taxas de juros caíram em quase todas as modalidades”.

Ele também reforçou que o BC manteve a sua agenda mais ampla durante a recessão. “Nada ficou durante a pandemia, todos os programas seguem”, disse. Um exemplo é a agenda de fomento ao cooperativismo de crédito e ao microcrédito, que pode ajudar a “diminuir a assimetria de informação”.

Campos também falou rapidamente sobre o câmbio, reforçando que as mudanças nas regras do overhedge ajudaram em sua desvalorização.

A respeito do setor externo, a avaliação é que a segunda onda da pandemia na Europa teve um crescimento de casos, mas com menos óbitos do que na primeira onda. Já a China “está rodando em níveis de crescimento em patamares absolutos acima” do período pré-pandemia. Por fim, ele lembrou que existem incertezas no mercado a respeito do tamanho do pacote fiscal dos Estados Unidos, embora nos últimos dias as atenções tenham se voltado para as notícias positivas a respeito das vacinas.

Fonte: Valor Investe