A queda dos juros e o arrefecimento da inflação podem criar certa perda de confiança nos fundos de “papel”, que investem em títulos de renda fixa vinculados a índices de preços e CDI. Dado o comportamento recente destes índices, é interessante manter esta classe de ativos em sua carteira?
O tema foi destaque da Federação FII, onde Maria Fernanda Violatti, head de Exchange Traded Funds da XP, Thiago Otsuki, economista do Club FII, e InfoMoney foi anunciado pelo jornalista Wellington Carvalho.
Mateus Lima e Thiago Bozzo, criadores do perfil TioFII que criam conteúdo sobre fundos imobiliários nas redes sociais, também participaram da transmissão. Ainda há margem para que invistam em FIIs “de papel”.
No caso de Lima, os investidores não devem esperar quaisquer aumentos recentes de dividendos, mas ainda faz sentido reservar uma parte da sua carteira para esta classe de activos, diz ele.
“Esses dividendos foram resultado da inflação descontrolada tanto do IGP-M quanto do IPCA”, lembra. “Agora que os preços estão mais controlados, faz sentido que os FIIs ‘de papel’ paguem dividendos menores, mas ainda vale a pena mantê-los na carteira”, diz Lima.
Bozzo concorda com os sócios dos TioFIIs e lembra que cada segmento de um fundo imobiliário desempenha um papel importante na carteira de um investidor. 4.444 “É preciso uma carteira de FIIs com exposição diversificada a cada segmento, sendo um deles o contas a receber”, ressalta. “E o papel dos ‘fundos de papel’ é justamente proteger os investidores das oscilações da inflação, que, embora mais bem controlada, ainda existe”, afirma.