22/07/2020
Fundador da Mobius Capital Partners afirmou, em live do BTG Pactual, que ações brasileiras na carteira têm tido resultados surpreendentes e defendeu o ativismo nas empresas
Os investimentos do veterano investidor Mark Mobius estão concentrados principalmente na China, na Índia e no Brasil, nesta ordem. E ele afirma que encontrou muitas oportunidades por aqui.

“As ações na carteira têm tido resultados surpreendentes”, disse o fundador da Mobius Capital Partners nesta quarta-feira (22), em uma live sobre o futuro dos mercados emergentes promovida pelo banco BTG Pactual. Mobius é conhecido por ser um dos maiores especialistas em mercados emergentes e é um dos gestores mais bem sucedidos e influentes do mercado.
Para o megainvestidor, os exemplos mais notáveis são os papéis das Lojas Americanas e da Via Varejo, empresas que foram do off-line para o on-line durante a pandemia do novo coronavírus e se destacaram nessa transição. Além do comércio eletrônico, Mobius disse que também está focando em ações do setor de saúde, que devem se valorizar em meio à covid-19.
Mobius também afirmou que o mercado precisa escalar uma parede de preocupação para subir, mas que ele está confiante de que a economia vai melhorar daqui para frente. Na opinião do investidor, os governos dos países emergentes deveriam ter permitido que as pessoas voltassem ao trabalho usando máscara e respeitando o distanciamento social mais rapidamente, considerando que o desemprego já estava alto.
“Estamos em uma recuperação que perserverá. Acho que estamos caminhando no caminho certo”, disse.
Nesse contexto, Mobius deu ainda um conselho a investidores em meio à crise de covid-19. “Não deixe que as notícias te assustem”, afirmou. Segundo ele, neste momento, é muito importante estar investido em ações e ter acesso a mercados como China, Índia e Brasil.
Na avaliação do megainvestidor, os mercados emergentes continuam crescendo em velocidade diferente dos consolidados. “Há empresas incríveis ao redor do mundo”, disse.
Ativismo nas empresas
Mobius também afirmou que as empresas de capital aberto terão resultados melhores se melhorarem a governança e que estão nos primórdios do ativismo, mas que isso vai trazer resultado no longo prazo.
“Aprendemos a duras penas que ser agressivo e não amigável é ruim e tentamos investir em empresas que estejam dispostas a melhorar a governança e a fazer coisas como ter um conselho independente, mulheres no conselho e compensação para cargos mais altos nas empresas”, disse.
O megainvestidor afirmou, ainda, que tem ficado longe do setor de energia, por problemas ambientais, e que se encontrar uma empresa muito barata no setor de mineração ou de energia, precisará fazer uma análise bastante completa dos desafios ambientais à frente.
Fonte: Valor Investe