26/07/2021

Queda na diferença entre as taxas longas e as de curto prazo vem no momento em que diversos bancos centrais dão início a normalização da política monetária

Depois de uma retomada forte do crescimento global, especialmente nos países desenvolvidos, o mercado começou a colocar nos preços a saída do pico dessa expansão pós-pandemia e o início de uma desaceleração da atividade, embora para níveis ainda bastante saudáveis e fortes. Esse movimento se traduz, especialmente, no achatamento das curvas de juros, ou seja, em uma queda na diferença entre as taxas longas e as de curto prazo, e vem no momento em que diversos bancos centrais dão início, ainda que lentamente, a um processo de normalização da política monetária.

“Se observarmos várias curvas de juros de mercados desenvolvidos, como Alemanha, Austrália e Canadá, todas estão registrado esse achatamento. Todas têm se comportado como se estivéssemos entrando em um novo estágio do ciclo econômico global”, diz o economista-chefe do Original, Marco Antonio Caruso. Depois da recessão e da recuperação acelerada da atividade, agora as curvas de juros indicam que a economia global pode estar no início de um ciclo mais maduro, na avaliação do profissional.

Depois de ter chegado a se aproximar de 1,8% neste ano, o retorno da T-note de dez anos agora está em torno de 1,25%. Na Europa, o rendimento do Bund alemão de dez anos está em torno de -0,45%, após ter chegado a -0,07%, flertando com o terreno positivo. Já a curva de juros canadense mostra a taxa do títulos de dez anos em torno de 1,2%, contra curva de 1,7% no pico do ano.

BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe