Historicamente, o investimento na bolsa de valores e em ativos financeiros teve pouca penetração no Brasil. Isso é explicado pelo longo histórico de juros altos no país, as altas taxas de inflação e a baixa qualidade da educação oferecida. Logo, um número pequeno de pessoas investia em bolsa. Até por isso, era conhecido como “coisa de rico”.

Por conta dos grandes incentivos monetários – juros baixos – concedidos por governos mundo afora durante a pandemia do covid, um grande número de pessoas começou a migrar para a bolsa, pois, acreditavam ser o caminho natural para buscar melhores rendimentos.
Tanto é verdade, que a bolsa de valores alcançou um número recorde de “CPFs ativos”, saindo de um patamar de 500 mil e ultrapassando a marca dos 5 milhões de investidores e isso em pouco mais de dois anos, segundo dados da própria B3 .

O cenário de juros baixos, que para muitos iria durar uma eternidade, passou e os governos se viram obrigados a aumentar os juros para conter o aumento da inflação galopante. Pronto: crise à vista
Nesse turbilhão de emoções, muitos dos investidores desavisados começaram a voltar para o porto seguro da renda fixa, de olho nos altos retornos, já que a Selic ultrapassou a casa dos 13% a.a..

Mas, esse movimento deixou milhares de investidores desgostosos com a bolsa, já que, ao vender seus ativos desvalorizados, viram o valor do seu patrimônio cair drasticamente e alguns tiveram enormes prejuízos.

Dessa forma, por mais que muitos investidores tenham migrado para a bolsa de valores no momento de euforia e depois tenham retornado para a segurança da renda fixa, acredito que o movimento de investimento em ativos financeiros de renda variável – principalmente aqueles disponibilizados na bolsa de valores – veio para ficar, mas talvez com um número menor de pessoas realmente ativas daqui para frente.