Homens com filhos investem 49% mais. Veja três carteiras de investimentos sugeridas para o futuro do seu filho.
Uma pesquisa realizada pelo aplicativo de finanças GuiaBolso no ano passado mostra que homens com filhos aplicam 49% a mais em investimentos do que quem ainda não é pai.
“Quando você tem filhos se preocupa mais, faz aplicação de mais longo prazo. Certamente a paternidade tem impacto”, conta Luciano Tavares falando de sua experiência profissional como especialista em finanças pessoais e investimentos e CEO da Magnetis, e como pai de três crianças menores de cinco anos.
Tavares conta que sempre foi muito disciplinado e, como planejador financeiro, instrui seus clientes a revisar suas aplicações sempre que passarem por alguma mudança grande em suas vidas, como a chegada de uma criança.
“É recomendado que seu risco diminua e que fique menos arrojado”, explica.
Enquanto as aplicações do pai têm a tendência de ficarem mais conservadoras, os investimentos para os filhos, como costumam ser de bem longo prazo, admitem um grau de risco maior.
“Em 10 anos, a chance de ter uma performance ruim na bolsa, por exemplo, é muito baixa. No longuíssimo prazo é muito pouco provável”, explica Tavares.
Se você está passando por esse momento – será pai ou já é – e quer montar uma carteira de investimento para seu pimpolho, Tavares montou três carteiras básicas para ajudar a guiar suas aplicações.
Confira:
Perfil conservador
– 70% da carteira alocada em CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito Agronegócio) com prazo de vencimento longo (a partir de 2 anos, pois a alíquota do imposto de renda é menor)
– 10% da carteira alocada em fundos de crédito privado com rentabilidade acima do CDI
– 20% da carteira alocada em cotas de fundos multimercados
Perfil moderado
– 56% da carteira alocada em CDBs, LCIs e LCAs com prazo de vencimento longo
– 10% da carteira alocada em fundos de crédito privado com rentabilidade acima do CDI
– 14% da carteira alocada em cotas de fundos multimercados
– 20% da carteira alocada em ações
Perfil arrojado
– 22% da carteira alocada em CDBs, LCIs e LCAs com prazo de vencimento longo
– 10% da carteira alocada em fundos de crédito privado com rentabilidade acima do CDI
– 27% da carteira alocada em cotas de fundos multimercados
– 41% da carteira alocada em ações
Em qual CPF?
Alguns pais investem em seu próprio CPF, mas já tendo em mente que aquela aplicação será transferida para o filho no futuro. No entanto, saiba que você terá que pagar imposto ao transferir os valores para o CPF dele. Sim, doações são tributadas.
Além da questão tributária, Tavares chama a atenção do ponto de vista psicológico de investir desde o início no CPF da criança.
“A criança pode ir acompanhando, mesmo que não seja um valor muito alto, ajuda a começar a entender o valor do dinheiro no tempo. Tem um valor educacional muito grande”, diz.
Pais mais ousados
Não é uma regra, mas alguns pais mais arrojados em investimentos próprios costumam adotar esse estilo também na hora de poupar para os filhos.
É o caso do engenheiro, palestrante e trader carioca Rodrigo Cohen, que investe em criptomoedas para seus filhos.
“Parte do valor que eu havia comprado, vendi em 2017 para realizar o lucro e poder fazer uma viagem com eles para a Disney; eles sabem desde muito pequenininhos que conheceram o Mickey graças ao bitcoin”, brincou Cohen durante painel da segunda edição do BlockCrypto Expo, congresso dedicado a criptomoedas e blockchain realizado em São Paulo em julho.
Segundo Cohen, uma outra parte, cujo montante preferiu não informar, seguiria investida de olho nas perspectivas de valorização do bitcoin nos próximos anos.
Muitos especialistas e traders acreditam que a célebre moeda virtual, hoje cotada a US$ 11.826 a unidade, pode chegar a valer até US$ 100 mil em alguns anos.
Fonte: Valor Investe