O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou o pregão desta sexta-feira, 25 de julho de 2025, com leve queda de 0,21%, aos 133.530,78 pontos. Apesar da baixa moderada, o desempenho reflete um cenário de cautela por parte dos investidores, diante de pressões inflacionárias e incertezas no ambiente internacional.
 Fatores que influenciaram o mercado
1. Inflação acima do esperado
O IPCA-15 de julho apresentou uma variação de 0,33%, acima das expectativas do mercado, acumulando alta de 5,30% nos últimos 12 meses. A leitura mais forte do índice reforçou preocupações quanto à persistência da inflação e pode adiar expectativas de cortes na taxa básica de juros. Esse cenário tende a impactar negativamente os ativos de risco, sobretudo ações sensíveis ao ciclo econômico.
2. Tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos
A notícia de que os Estados Unidos devem aplicar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto causou apreensão entre agentes do mercado. A medida tem potencial para afetar diretamente setores exportadores e o desempenho da balança comercial, contribuindo para o movimento de aversão ao risco observado ao longo do dia.
3. Destaques corporativos
 Yduqs (YDUQ3): As ações da companhia de educação recuaram cerca de 3,4% após o anúncio de mudanças na presidência. A transição na liderança gerou dúvidas quanto à continuidade da estratégia e refletiu incerteza entre os investidores.
 Usiminas (USIM5): A empresa divulgou lucro líquido de R\$ 128 milhões no segundo trimestre, uma queda de 62% em relação ao período anterior. Apesar da retração, a companhia conseguiu gerar caixa e manter estrutura financeira sólida.
 Carrefour Brasil: A varejista contratou R\$ 9,75 bilhões em empréstimos para reestruturação de dívidas. A operação evidencia o esforço da empresa em equilibrar seu endividamento e preservar sua liquidez operacional.
 Panorama internacional
Enquanto o mercado brasileiro fechou em leve queda, os principais índices de ações norte-americanos encerraram o dia em território positivo. O S\&P 500 e o Nasdaq renovaram máximas históricas, impulsionados pelo otimismo em torno de um novo acordo comercial entre os EUA e a União Europeia.
Essa divergência de desempenho reforça o papel de fatores domésticos na performance do Ibovespa, especialmente no que diz respeito à inflação e à política monetária nacional.
 Considerações finais
O pregão desta sexta-feira evidencia a combinação de desafios locais e externos que têm moldado o comportamento dos ativos brasileiros. A inflação persistente, somada ao cenário internacional incerto, especialmente no que tange às relações comerciais, exige atenção redobrada dos investidores e uma postura estratégica na alocação de recursos.
Para os próximos dias, os destaques ficarão por conta da divulgação de novos dados econômicos, balanços corporativos do segundo trimestre e possíveis desdobramentos da política comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil. A condução da política monetária e as sinalizações do Banco Central também seguirão no radar, em um ambiente que permanece volátil e sensível a riscos.