06/12/2021

Cesta básica: O que você precisa saber hoje para ficar bem informado

A expectativa é que esta segunda-feira (6) seja bem parada no mercado financeiro, tanto no Brasil quanto no exterior, por falta de dados divulgados hoje. No Brasil, o que pode chamar a atenção é o Boletim Focus, com as expectativas do mercado para a economia após o Produto Interno Bruto (PIB) fraco divulgado na semana passada.

Isso poderia levar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) a revisar os planos de alta da taxa básica de juros. O destaque desta semana no mercado é a decisão da autoridade monetária sobre a Selic, na quarta-feira (8).

Enquanto a inflação continua ganhando força, é praticamente certo que a taxa vai ficar mais alta de novo. Quando a autoridade monetária aumenta ela, o crédito fica mais caro, as empresas e as pessoas consomem menos e isso ajuda a baixar os preços.

O colegiado deve subir o juro básico em 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano, conforme a expectativa quase unânime das instituições consultadas pelo Valor. Apenas uma gestora prevê alta maior. Apesar do consenso, há no mercado forte divisão de opiniões quanto ao que o comitê deveria fazer daqui em diante, de acordo com o Valor.

Uma ala dos analistas acha que o PIB fraco deveria levar o Copom a pisar no freio nas primeiras reuniões de 2022. Contudo, outra parcela, preocupada com a inflação, acredita que a autoridade monetária deveria manter uma postura mais dura.

Ao longo deste ano, a alta da Selic impactou a bolsa bastante negativamente. Ele fez os investidores saírem das ações para a renda fixa e diminuiu a perspectiva de crescimento econômico, o que não é positivo para a bolsa. “Começar a ver sinal de que o Banco Central está no fim do aperto monetário seria positivo para o mercado de ações”, afirma Fernando Siqueira, gestor da Infinity Asset.

Ainda no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (5) que a Petrobras vai começar a anunciar redução do preço do combustível nesta semana, em entrevista ao site Poder360. No entanto, ele não informou quais seriam os percentuais e nem os prazos. “Acho que isso deve ter pouco impacto, dado que a redução de preço já era esperada pelo mercado”, diz Siqueira.

No exterior, chama a atenção a alta do petróleo e as notícias ligadas à nova variante de coronavírus, a ômicron. As bolsas europeias e os índices futuros das bolsas de Nova York ensaiavam altas nesta manhã, apoiados pelo petróleo, após a Arábia Saudita aumentar o valor de venda da commodity para clientes asiáticos.

Em relação à nova variante, os primeiros dados sobre pessoas infectadas começaram a surgir e indicam, apesar do número pequeno de amostras, que pode haver escape para quem está vacinado, mas os casos tendem a ser leves, informou uma reportagem do jornal “O Globo”. Os dados vêm da província de Gauteng, epicentro da ômicron na África do Sul, e do Reino Unido.

Os primeiros indícios são “um tanto encorajadores”, afirmou Anthony Fauci, o principal assessor do governo dos Estados Unidos sobre a pandemia. Entretanto, ele indicou que ainda faltam informações para chegar a uma conclusão.

Agenda

O Banco Central informa, às 8h25, o Boletim Focus da semana encerrada em 3 de dezembro, que atualiza expectativas do mercado para a economia. Na semana passada, o mercado voltou a prever crescimento da economia mais baixo e inflação mais alta, mas manteve as projeções de juros e dólar.

Empresas

  • A Evergrande alertou na noite de sexta-feira (hora local) que pode ficar sem dinheiro para honrar um compromisso junto aos credores. As ações da incorporadora chinesa tombaram 19%, para o menor nível em 11 anos, penalizando os mercados da região.
  • A varejista de material de construção Quero-Quero viveu um período de fartura em plena pandemia. O crescimento nas vendas chegou a quase 40% no fim do ano passado, com a crescente demanda por produtos para casa e reformas. O ritmo perdeu força, mas ainda alcança dois dígitos, e a empresa considera elevar seus investimentos em lojas em 2022.
  • A Marisa Lojas informou, em aviso aos acionistas enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de sexta-feira, que seu Conselho de Administração aprovou aumento do capital social de, no mínimo, R$ 90 bilhões e, no máximo, R$ 250 bilhões, mediante a emissão de, no mínimo, 29 milhões e, no máximo, 81 milhões de novas ações ordinárias, para subscrição privada, ao preço de emissão de R$ 3,08 por ação.

BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe