Percentual de famílias com dívidas atingiu 64,8%, maior índice desde julho de 2013

O percentual de famílias com dívidas subiu em agosto para 64,8%, ante 64,1% em julho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada nesta sexta-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Foi a oitava alta mensal consecutiva e o maior índice de endividamento desde julho de 2013, alertou a entidade. Também foi superior à parcela de 60,7% de famílias endividadas em agosto de 2018.

Em contrapartida, houve melhora no percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, que diminuiu para 9,5% em agosto, ante 9,6% em julho e 9,8% em agosto de 2018.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, mesmo com o aumento do endividamento e a inadimplência ainda elevada, as famílias brasileiras se mostraram mais otimistas em relação à sua capacidade de pagamento, pois diminuiu o percentual das que afirmam que “não terão condição de pagar” as contas.

“A redução do comprometimento de renda na comparação mensal e a perspectiva de renda extra com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep ajudam a explicar esse resultado”, afirma Tadros em comunicado da entidade.

A CNC detalhou ainda que, entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas aumentou, na comparação anual, de 29,6% em agosto de 2018 para 29,8%, em agosto de 2019. Entretanto, diminuiu na comparação mensal: em julho deste ano, a fatia era de 29,9%.

Outro aspecto positivo citado no levantamento foi o de tempo de atraso e de comprometimento com dívidas.

Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso diminuiu, nas comparações mensal e anual, de 64,4 dias em agosto de 2018, e de 64 dias em julho, para 63,2 dias em agosto de 2019. A CNC detalhou ainda que diminuiu o tempo médio de comprometimento com as dívidas, de 7,1 meses em agosto de 2018 e 7 meses em julho de 2019 para 6,9 meses em agosto de 2019.

Mais uma vez, o cartão de crédito foi a modalidade de dívida mais lembrada, citada por 79,3% dos endividados em agosto, seguida por carnês (16%) e financiamento de carro (9,9%).

Fonte: Valor Econômico