05/04/2021

Perguntas e respostas básicas para entender um pouco melhor a criptomoeda que atrai críticos e defensores

O bitcoin realmente não tem lastro?

O valor atribuído às moedas tradicionais, chamadas de fiduciárias, ou seja, emitidas por governos e bancos centrais, está ligado intrinsecamente às economias nas quais se originaram. No caso do bitcoin, os críticos reforçam não haver justamente esse “lastro” de apoio de governos, bancos centrais e pela ligação com o uso nos negócios dos países. Os entusiastas, por sua vez, ressaltam haver outro tipo de valor intrínseco, ou seja, a própria disrupção trazida pela tecnologia, que permite transferências seguras de valores sem intermediação globalmente e a digitalização de qualquer tipo de ativo ou contrato do mundo real. Além disso, da mesma forma que o dinheiro do mundo físico, grande parte do valor atribuído vem da demanda. Para os detentores de bitcoin, as grandes questões são se a atual expansão da procura pela criptomoeda é sustentável no longo prazo ou a valorização pode ser uma bolha.

Como o bitcoin foi criado?

A história do surgimento do bitcoin se tornou tão famosa quanto misteriosa. O primeiro artigo descrevendo a implementação foi apresentado em 2007 por um programador ou um grupo sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto — até hoje ninguém sabe ao certo a identidade do criador. Além disso, as criptomoedas “mineradas” no bloco original em janeiro de 2009 também nunca foram usadas.

Como se criam os bitcoins?

É um processo que ficou conhecido como “mineração”. Na verdade, trata-se de uma rede de usuários que utilizam um programa para solucionar um desafio criptográfico. A rede bitcoin gera e distribui as unidades de criptomoeda aleatoriamente. Quando o participante da rede de mineração descobre um bloco e consegue ser o primeiro a resolver o problema criptográfico, reivindica um prêmio em bitcoins. Esse sistema consome cada vez mais poder de processamento, uma vez que, a cada 210 mil blocos minerados, a recompensa cai pela metade.

O bitcoin é uma moeda?

Quando foi lançado, a ideia por trás do bitcoin era que a criptomoeda se tornasse o embrião de um sistema bancário descentralizado. Isso seria possível porque a validação das novas moedas, a verificação das transações e os registros são feitos por uma rede pulverizada e de alcance global, por meio do chamado “blockchain”. As operações são feitas de pessoa para pessoa (“peer to peer” — P2P — em inglês), sem intermediários. O bitcoin, ainda que seja aceito na aquisição de bens e remuneração de serviços, tem sido usado mais como um tipo de investimento do que meio de pagamento. Tanto que recebeu o apelido de “ouro digital”.

Como se guarda um bitcoin?

O dono do bitcoin, na verdade, armazena chaves privadas que lhe permitem movimentar as criptomoedas nos endereços às quais estão associadas. Essas chaves podem ser armazenadas no próprio computador do usuário, mas, nesse caso, ficam vulneráveis a roubos. O dono dos bitcoins também pode usar as chamadas carteiras digitais, que variam em termos de segurança e tecnologias utilizadas. Há ainda serviços de custódia de chaves privadas oferecidos pelas exchanges e, mais recentemente, por instituições financeiras, como o BNY Mellon e a Fidelity.

Fonte: Valor Investe