Mais uma vez a Oi (OIBR3) voltou a dominar o noticiário econômico. O motivo foi o fim do processo de recuperação judicial, que já se arrastava há 6 anos. Na última quarta-feira (13) o juiz Fernando Viana da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro foi quem decretou o encerramento da disputa.

A notícia fez com que as ações ordinárias da telecom (OIBR3) subissem 52% e as preferenciais (OIBR495% já nas primeiras horas do pregão de quinta-feira (15).

Após o pico, os dois modelos de ação corrigiram parte da alta, mas o resultado final ainda é significativo.

Apesar de a notícia ter feito as ações dispararem inicialmente, analistas recomendam cuidado ao investir em ações como a Oi, já que a empresa segue com dívidas bilionárias e o cenário econômico não é favorável.

Na visão de alguns especialistas, existem opções que podem ser mais interessantes e mais adequadas para o contexto atual. Eles inclusive, recomendam a ação de uma outra telecom, que está entregando dividendos cada vez maiores.

Além disso, com o ritmo de geração de caixa saudável dessa outra empresa, os analistas acreditam que ela deverá manter um payout (porcentagem de lucro líquido distribuído em dividendos) perto dos 100% nos próximos anos.

A seguir, explico em mais detalhes por que investir Oi (OIBR3) agora pode ser perigoso e como ter acesso à recomendação da telecom que pode pagar dividendos “gordos” nos próximos anos.

Por que você deveria pensar duas vezes antes de investir na Oi (OIBR3)?

A Oi é uma das ações mais populares da bolsa brasileira. Muitos investidores já defendiam a “virada de jogo” nas ações da telecom, antes mesmo da possibilidade do fim do processo de recuperação judicial.

Contudo, o cenário macroeconômico pesa bastante sobre a companhia. Em um intervalo de um ano, a taxa básica de juros saltou de 2% para 13,75% ao ano. Essa foi a medida adotada pelo Banco Central para tentar conter a inflação desenfreada no país.

Nessas circunstâncias os ativos de renda variável em geral tendem a cair, pois a renda fixa passa a pagar juros mais atrativos, além de oferecer mais segurança. No caso das ações de empresas como a Oi (OIBR3) a situação é ainda mais complicada.

A telecom é uma empresa em fase de crescimento, ou seja, o seu negócio ainda não é tão lucrativo no momento presente. Junto a isso, a companhia enfrentou o maior e mais complexo processo de recuperação judicial já visto no Brasil.

Nesse contexto, é comum que os investidores optem por empresas de valor, com negócios consolidados, geração de caixa constante e que são boas pagadoras de dividendos. Esses são um dos motivos que fizeram as ações da Oi despencarem do início do ano até agora.

Mas a recuperação judicial não é um bom sinal?

Provavelmente você deve estar se perguntando se todo esse cenário ruim já não passou, afinal, só no pregão de quinta-feira (15) as ações da Oi chegaram a valorizar mais de 52%.

Bem, parte do mercado está avaliando o fim do processo de recuperação judicial como algo positivo para a Oi, mas ainda assim, o momento é de cautela, já que a companhia ainda está “debilitada financeiramente” e pode ter prejuízos por conta dos resultados negativos.

Além disso, o Brasil está passando por uma transição de governo. E o desenrolar no ambiente político tem impactado diretamente o cenário macroeconômico.

PEC da Transição do novo governo é uma “ameaça” para renda variável, pois ela pretende “furar” o teto de gastos em aproximadamente R$ 168 bilhões. Com isso, uma parte do mercado já projeta alta da inflação e Selic a 15% ao ano em 2023.

Ou seja, o cenário pode continuar ruim para empresas como a Oi (OIBR3). Além disso, a companhia ainda precisa resolver problemas internos que não desapareceram com o fim da recuperação judicial. A Oi ainda tem uma dívida de R$ 6,9 bilhões.

Por esse motivo, os analistas da Empiricus Research acreditam que o investidor que deseja comprar ações da Oi (OIBR3), precisa ter muito cuidado.

No momento, pode ser mais interessante investir em ações de empresas consolidadas, resilientes e com resultados sólidos, com esta telecom que vem entregando dividendos cada vez maiores.