13/05/2020
Segundo pesquisa do CFA Institute, quase metade dos investidores de varejo pesquisados confia mais em suas empresas de investimento por causa do maior uso da tecnologia

Em uma pesquisa realizada pelo CFA Institute, associação internacional de profissionais de investimentos, com 3.525 investidores de varejo e 921 investidores institucionais de 15 países, fica claro que o brasileiro aumentou sua confiança nos serviços financeiros em relação ao levantamento feito em 2018.
O Brasil foi o quarto país onde mais aumentou sua confiança no setor, ao saltar de 48% para 58% das respostas afirmativas em dois anos. Hong Kong, Índia e Emirados Árabes foram os mercados que tiveram uma melhora ainda mais significativa no indicador. Em geral, o Brasil fica em quinto lugar, atrás de Índia (87%), China (69%), Emirados Árabes (60%) e África do Sul (60%).
Os EUA tiveram uma queda na confiança, mas a maior queda foi em Cingapura, e o nível de confiança da Austrália caiu para o menor dos mercados após a Comissão Real Hayne, uma investigação que se concentrou em apurar má conduta no setor bancário, de fundos de pensão e de serviços financeiros do país Para os investidores de varejo australianos, apenas 40% esperam que melhore os padrões profissionais dos serviços financeiros no futuro.
No geral, a confiança dos investidores em serviços financeiros foi um pouco maior do que em 2018 (de 44% para 46%), mas a confiança dos investidores institucionais caiu de 72% para 65%.
Ao analisar separadamente as respostas há uma clara disparidade de confiabilidade entre os investidores: enquanto 65% do segmento institucional respondeu que confia no setor de serviços, 57% dos investidores de varejo que possuem algum tipo de assessoria financeira também responderam que sim. Já entre os pequenos investidores que não têm um consultor de finanças, apenas 30% deles confiam nos serviços oferecidos por essas empresas.
Para investidores de varejo sem um consultor, apenas 57% dizem ter uma oportunidade justa de lucrar investindo no mercado de capitais, mas isso aumenta para 81% para aqueles com um consultor.
Para o CFA Institute, a diferença de confiabilidade pode ser diminuída com a tríade informação, engajamento e consultoria.
Confiança na economia
Quando perguntados se acreditam que é extremamente provável que haverá uma crise financeira nos próximos três anos, os brasileiros se mostraram mais otimistas. No estudo deste ano, apenas 44% deles disseram que sim, acreditam na crise, ante 54% na pesquisa de 2018. Há dois anos, o investidor nacional era um dos mais pessimistas, esperando a crise iminente.
Como base de comparação, 39% dos investidores americanos disseram esperar uma crise nos próximos três anos, tanto em 2018 quanto agora.
Vale ressaltar, porém, que é possível que o levantamento deste ano não considere ainda a crise do novo coronavírus.
Tecnologia
A pesquisa mostrou ainda que mais de dois terços dos investidores institucionais e quase metade dos investidores de varejo confiam mais em suas empresas de investimento por causa do aumento do uso da tecnologia.
Quando forçada a escolher entre o acesso à tecnologia ou a um ser humano, a tendência é de mais tecnologia e, pela primeira vez, os investidores de varejo em todo o mundo têm uma preferência igual por tecnologia e pessoas. O estudo traz informações sobre confiança em consultores humanos ou em um consultor robô, além de informações sobre a utilização de inteligência artificial e big data.
Fonte: Valor Investe