A CNN Brasil revelou que, nos próximos 8 anos, empresas chinesas planejam aportar R$ 27 bilhões em diversos setores estratégicos no Brasil, segundo dados da ApexBrasil . Essa movimentação reforça a China como principal parceiro comercial, responsável por cerca de 28% das exportações brasileiras e 41,4% do superávit externo.

 

Setores no radar dos investimentos

Empresa (China) Setor Valor (R$) Impacto esperado
GWM (automotivo) Fabricação de carros 6 bilhões 2 novos modelos e expansão da planta SP
Meituan / Keeta Delivery 5 bilhões Geração de 100 mil empregos indiretos
Envision Energy Energia renovável (SAF, H₂, amônia) 5 bilhões 1º parque net-zero na América Latina
CGN Renováveis (eólica, solar) 3 bilhões Hub no Piauí com 1,4 GW de capacidade
Mixue Fast food (sorvetes) 3,2 bilhões 25 mil empregos até 2030
Baiyin Nonferrous Mineração (metais) 2,4 bilhões Projeto de cobre, chumbo, ouro e prata
Longsys / Zilia Tecnologia & semicondutores 650 milhões Expansão de fábricas em SP e AM
DiDi (via 99Food) Mobilidade e eletromobilidade 1 bilhão 10 mil pontos de recarga para frotas

Além desses, há alianças estratégicas bilaterais em áreas como insumos farmacêuticos, biotecnologia, inteligência artificial e produção de insulina .

 


Por que isso importa?

  1. Diversificação econômica
    • O movimento visa reduzir a dependência dos EUA e ampliar setores de alta tecnologia e energia renovável.
  2. Geração de renda e emprego
    • Estima-se dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos, especialmente em tecnologia e mobilidade elétrica.
  3. Sustentabilidade e inovação
    • Projetos green: combustíveis sustentáveis (SAF), hidrogênio limpo e semicondutores aquecem setores nobres da economia.
  4. Fortalecimento da infraestrutura
    • Investimentos em energia no Piauí, expansão da mobilidade e tecnologia local consolidam a industrialização brasileira.

O que os especialistas dizem

O Brasil vem atraindo a atenção chinesa não apenas pelas commodities (soybean, minério etc.), mas pela capacidade de se reinventar em setores estratégicos, conforme observado no investimento pesado em energia renovável e tecnologia. Esse movimento também reforça o modelo de cooperação por meio de fundos como o China-Brazil Fund, que já mobilizou US$20 bilhões desde 2017.

 


E para o investidor — o que muda?

  • Ações de infraestrutura e energia renovável podem ganhar prioridade, com maior fluxo de capitais estrangeiros.
  • Startups de tecnologia e semicondutores tendem a se beneficiar do ambiente de investimento.
  • Foco em ESG: empresas com boas práticas ambientais estarão mais aptas a captar recursos.
  • Câmbio e commodities: com o dólar flutuando, a China traz estabilidade e reforça nossa posição nas cadeias globais.


Vamos conversar:

  1. Qual setor você acredita que será mais impactado: energia, agronegócio, tecnologia ou mobilidade?
  2. Investidor verde? Esses projetos ESG-chineses despertam seu interesse?
  3. Você investiria em empresas brasileiras que se alinham a essas parcerias?

Conclusão: O caminho à frente

A estratégia chinesa no Brasil sinaliza uma transição: da dependência de commodities à diversificação em tecnologia, energia limpa e mobilidade. Para investidores, o recado é claro: setor tradicional fica firme, mas é no novo que surgem as oportunidades.