05/08/2020
Uma das respostas da entidade que tem ajudado, segundo economista, é a provisão de liquidez
Embora o Banco Central leve em consideração outros fatores, no fim, ele está olhando para as metas de inflação e, “se houver espaço, vai cortando” os juros, diz Arminio Fraga, sócio-fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central.
Na Live do Valor desta quarta-feira, Arminio destacou que o método do Banco Central brasileiro é bom e que a autoridade monetária “tem trabalhado muito bem”.
“O BC tem que olhar um horizonte de tempo que não é só os próximos meses, é dois anos, ver a coisa ancorada. Há uma preocupação com o equilíbrio geral das contas externas e por aí vai. Mas, em última instância, isso tudo tem que ser colocado em uma espécie de funil e, lá na ponta, você quer entregar inflação na meta e ser sensível ao ciclo”, ele resume.
Com a inflação abaixo da meta, diz Arminio, o BC “vai testando” e “tem toda a razão para explorar o limite” de queda dos juros. Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciará nova decisão para a Selic, e a expectativa do mercado é que ela seja reduzida em 0,25 ponto percentual, para 2% ao ano. “Pode ser que juro chegue a zero, mas tomara que não, isso mostraria que as coisas estão muito ruins”, diz Arminio.
Uma das respostas do BC que tem ajudado neste momento é a provisão de liquidez, afirma o economista. “Tem sido muito efetivo nessa área.”
Se for necessário, lá na frente, subir os juros com a dívida pública elevada que o Brasil apresenta, aí isso “pode gerar um ciclo de expectativas muito perigoso”, diz Arminio. “É um risco real.”
Fonte: Valor Investe