13/05/2020
Presidentes das principais instituições financeiras do país preveem crise longa

A temporada de balanços deixou claro que os grandes bancos brasileiros só veem saída para a crise econômica decorrente da covid-19 quando houver vacina contra o coronavírus e ela alcançar toda a população.
Na manifestação mais recente, o presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, disse ontem que o “durante” vai levar mais tempo que o previsto, com algum grau de distanciamento social e medidas de prevenção.
“A volta à normalidade só vai acontecer quando houver vacina e todo mundo for vacinado”, afirmou em teleconferência com analistas.
Sallouti não está só. Roberto Setubal, copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, comparou a crise a um “meteoro” vindo em direção à Terra. “Enquanto não tivermos uma vacina, não estará claro como vai sair disso. E podemos levar dois anos não só para ter a vacina, mas para ter as pessoas efetivamente vacinadas”, disse.
O presidente do Itaú, Candido Bracher, afirmou na semana passada que ainda não via a pandemia perto do pico no Brasil. O país registrou ontem 881 mortes decorrentes da doença.
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., disse que ainda é muito difícil dimensionar o tamanho e a duração da crise.
“O que se vê é que essa cauda deverá ser longa. Não se sabe quando terá vacina e remédio para todo mundo voltar plenamente”, afirmou a analistas.
Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, também sinalizou que espera uma crise duradoura, mas ressaltou que não se deve compará-la a uma guerra, “em que tudo se justifica”. Não deve, segundo ele, haver quebra de contratos.
Fonte: Valor Investe