Nesta semana se encerra a temporada de balanços do terceiro trimestre das empresas listadas no índice Ibovespa (IBOV) e os resultados mistos foram marcados por um trimestre de altas taxas de juros e deflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Nos meses de julho, agosto e setembro, a inflação caiu um total de 1,33% – influenciada pela redução na tributação sobre combustíveis, mas com fortes pressões inflacionárias sobre os serviços.
Lana Santos, especialista de Renda Variável da Acqua Vero Investimentos, destaca que o setor bancário foi penalizado por esse cenário.
Com os altos juros encarecendo o custo do crédito, aumentou o número de clientes inadimplentes, prejudicando os resultados frente ao mesmo trimestre de 2021.
“Um exemplo disso foi o banco Bradesco (BBDC4), que com grande capilaridade no atendimento à pessoa física, sofreu mais com a inadimplência do que seus pares. A ação chegou a cair 17,38% após a divulgação dos resultados”, afirma.
No mês passado, a inadimplência entre os brasileiros alcançou o recorde de 30,3%, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a taxa de inadimplência do cartão de crédito chegou a 7,3% em setembro.
Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos e especialista em fundos de investimento, publicou em seu Twitter que não existe “termômetro melhor para economia do que inadimplência e provisão de bancos”.