17/12/2020

Autoridade monetária reforçou, no entanto, que ‘as condições podem não ser satisfeitas’

O Banco Central (BC) reiterou nesta quinta-feira que segue considerando “adequado o atual nível extraordinariamente elevado de estímulo” produzido pela manutenção da Selic em 2% ao ano e pela implantação do forward guidance. Mas reforçou que em breve “as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas”.

“O Copom avalia que, desde a adoção do forward guidance, observou-se uma reversão da tendência de queda das expectativas de inflação em relação às metas para o horizonte relevante. Além disso, ao longo dos próximos meses, o ano-calendário de 2021 perderá relevância em detrimento ao de 2022, que está com projeções e expectativas de inflação em torno da meta”, afirmou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), repetindo a mensagem da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

“A manutenção desse cenário de convergência da inflação sugere que, em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas, o que não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros pois a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”, disse.

Caso a retirada do forward guidance se concretize, “a condução da política monetária seguirá o receituário do regime de metas para a inflação, baseado na análise da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”.

O BC também reiterou que o seu balanço de riscos tem fatores em ambas as direções, mas que o risco fiscal segue criando “uma assimetria altista”.

Fonte: Valor Investe