SÃO PAULO  –  O Brasil caminha para ter o melhor ano para o mercado de capitais da série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Nos sete meses de 2019, as empresas do país captaram R$ 206,8 bilhões, 35% acima do registrado no mesmo período de 2018, o ano de maior volume de emissões em renda fixa e variável no país até o momento, com R$ 246,8 bilhões.

“Muito provavelmente vamos ter um ano de 2019 melhor do que o de 2018”, afirmou o diretor de relações com investidores da B3, Rogério Santana, em teleconferência com jornalistas nesta sexta-feira.

Silvia Costanti/Valor

Operações de ofertas subsequentes de ações responderam por R$ 20,8 bi só em julho

Segundo o executivo, a valorização das ações, a redução da atuação dos bancos públicos nos empréstimos às empresas, principalmente do crédito direcionado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o crescimento da demanda dos investidores por diversificação em um ambiente de juros baixos têm incentivado cada vez mais companhias a buscar opções de financiamento por meio do mercado de capitais.

De acordo com a Anbima, as operações de ofertas subsequentes de ações (follow-on) foram responsáveis pela captação de R$ 20,8 bilhões em julho deste ano. A cifra representa 73% do volume total de emissões no mercado de capitais no período, que alcançou R$ 95,9 bilhões. Na avaliação da entidade, a queda da taxa básica de juros e a perspectiva de mais cortes até o fim do ano estimulam o movimento de migração dos investidores da renda fixa para a renda variável.

No acumulado do ano, apesar do crescimento do volume do mercado de 35% frente ao mesmo período de 2018, o número de operações caiu 10,1%: foram 473 neste ano, ante 526 até julho de 2018.

Os fundos imobiliários se destacaram em termos de lançamentos no ano. As ofertas somaram R$ 12,8 bilhões, volume 37,8% maior na comparação com o mesmo período de 2018, quando a categoria captou R$ 9,3 bilhões. No total de emissões do ano, esses papéis representam 6,2%, praticamente a mesma parcela do fim de 2018, de 6%.

No mercado externo, seis operações movimentaram US$ 2,8 bilhões em julho. No acumulado de 2019, o total captado foi de US$ 15,7 bilhões, superando o volume do ano passado inteiro, de US$ 15,3 bilhões. Desse montante, quase a totalidade, US$ 14,5 bilhões, destinou-se a operações de renda fixa, informou a Anbima.

Fonte: Valor Econômico